Os irmão Cohen surgem com um filme intrigante. Um filme que fala de muita coisa, mesmo aparentemente não ser sobre nada. Situado numa comunidade judáica, a família Gopnik passa por adversidades do dia-a-dia, mas com um teor de absurdo e humor misturado aos fatos. A esposa quer se divorciar e casar com o amigo do marido, a filha que rouba dinheiro do pai para fazer uma plástica no nariz, o filho que é usuário de maconha e ainda o tio que dorme no sofá e não tem perspectiva de vida. Larry é o chefe dessa família, professor de física e um homem que busca se manter na sua convicção de seriedade, mas os acontecimentos, as vezes inimagináveis o distanciam dessa percepção.
O roteiro do filme é incrível, uma verdadeira aula, desenvolvido com calma e coerência, sarcástico às vezes e com pinceladas de humor para não virar um dramalhão pretencioso.
Não procure resposta em Um Homem Sério, nem um final arrebatador, o filme instiga o telespectador à procurá-las, mesmo que as mais banais. Seu desfecho é um desafio, um exercício da criação de sua continuação em nossas mentes, do que acontece quando tudo desmorona. Na verdade não é um filme muito empolgante, nem você possivelmente sairá dizendo aos amigos que adorou. Mas pelo menos vai fazer pensar no acaso e nas possibilidades do "depois". Detalhe para a atuação de Michael Stuhlbarg, brilhante, mesmo em takes de ócio.
Bom, roteiro incrível
Natan Cabral
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