À 49 anos a Líbia foi tomada por um golpe militar liderado pelo coronel Muammar al-Gaddafi (ou Kadafi, aportuguesado), 68. Kadafi é hoje um dos últimos ditadores e teve o governo mais longo no mundo árabe e na África. De estilo extravagante e gosto duvidoso, Kadafi é conhecido pelas suas excentricidades, pelo poder que exercia no seu país e pelos crimes cometidos.
Auto denominado líder espiritual do país, Kadafi supervisionava o que ele chamaria de democracia direta. A mídia é controlada pelo governo e atividades ideológicas contra sua política são proibidas. Quem tentasse ir de contra ao seu império seria rigorosamente punido. O regime de Kadafi prendeu centenas de pessoas por violar a lei e sentenciou algumas a morte, além dos diversos relatos de tortura e desaparecimentos.
Esta semana se pinta um novo quadro no país, especificamente em Trípoli, sua capital. Rebeldes tomam o quartel gerenal do ditador e iniciam uma busca para achar o homem que por mais tempo naquele território deteve dos direitos civis e do poder sobre as pessoas.
Hoje rebeldes atacaram a cidade natal do líder, Sirte, localizada no leste do país. Enfrentaram tropas pró-Kadafi e tomaram a maior parte da cidade. Também grupos rebeldes que lideram o Conselho Nacional de Transição (CNT) anunciaram um acordo de anistia para as pessoas do seu círculo íntimo que prender ou matá-lo.
Estamos vivendo um momento histórico, um momento em que o povo sai de casa e luta pelo seu país, seus direitos e sua família. Não seria exatamente uma guerra a là Gandhi, nem outros grandes líderes que com maestria venceram os problemas que enfrentaram. É uma paz à força, a todo custo contra uma intolerância retrôgrada e pertinente que tenta a todo custo continuar suas atividades contra a liberdade dos seus cidadãos.
Liberdade.
Natan Cabral
p.s.: E que venham os acontecimentos.