Quando alguém que você admira e torce parte desta vida fica um vazio. No caso de Amy Winehouse este vazio já era presente mesmo antes da notícia do seu falecimento. Back to Black é um ESPETACULAR álbum de 2006, são 5 anos sem lançar o tão esperando terceiro álbum que não vai chegar. Apenas notícias de escândalos, bebidas, drogas, agressões, desilusões amorosas, vaias e etc, foram incansavelmente divulgados pela mídia. Este foi o retrato de Amy depois de sua estrondosa e meteórica subida ao topo das paradas. Um talento incrível e uma vida devastada. Como disse o amigo Russell Brand ao The Sun "Amy was a genius". Ninguém melhor que Brand para simplificar o sentimento da perda em uma homenagem escrita hoje em seu site pessoal
www.russelbrand.tv.
"Quando você ama alguém que sofre de dependência química você espera o telefonema. Haverá um telefonema.
A sincera esperança é que a chamada venha do próprio viciado, dizendo que já tomou o suficiente, que está pronto para parar, pronto para tentar algo novo.
É claro, porém, você teme a outra chamada, a triste chamada noturna de um amigo ou parente dizendo-lhe que seja tarde demais, ela se foi.
Frustrantemente não é uma chamada que você pode evitar. É impossível intervir.
Amy Winehouse agora está morta, como muitos outros cuja desnecessárias mortes foram retrospectivamente romantizada, aos 27 anos de idade. Se essa tragédia era evitável ou não é agora irrelevante. Não é evitável hoje. Perdemos uma mulher linda e talentosa a esta doença. Nem todos os viciados têm o talento incrível de Amy. Ou Kurt ou Jimi ou Janis, algumas pessoas só tem a aflição. Tudo o que podemos fazer é adaptar a maneira como entendemos esta condição, não como um crime ou uma afetação romântica, mas como uma doença que vai matar. Precisamos rever a forma como a sociedade trata os viciados, não como criminosos, mas como pessoas doentes que precisam de cuidados.
Precisamos olhar para a forma que o nosso governo trata a reabilitação. É mais barato para reabilitar um viciado do que enviá-los para a prisão, assim a criminalização não faz sentido econômico. Não muito de nós conhecemos alguém com o talento incrível que Amy tinha mas todos nós conhecemos bêbados e drogados e que todos eles precisam de ajuda e a ajuda está aí.
Tudo que tem que fazer é pegar o telefone e fazer a ligação. Ou não. De qualquer maneira, haverá uma chamada telefônica."
Russell Brand
Fica suas músicas, sua exposição nas letras, um registro inigualável de um show gravado em dvd e suas aparições tristes. A euforia e a falsa comoção sobre sua morte - e tristesa da perda de alguem que de certa forma fez parte da minha vida, mesmo por tão pouco tempo.
"...and in your way, in this blue shade, my tears dry on their own".
They always do.
Natan Cabral